Abro janelas para que a luz e o ar renovem. Folheio as páginas do diário quase findo. Dobro cuidadosamente as lembranças, escolho as caixas para guardar as memorias.
Há momentos de grande tristeza, que ainda hoje a recordação me torna húmido o olhar. Questiono a razão, a resposta nunca me foi entregue. Dias escuros, sem qualquer raio de luz para iluminar o caminho. Dias amargos, de abandono, de perda, de humilhação, de frustração. Mas segui, mudei, adaptei.
Houve dias com mais cor. De sorrisos simples, abraços apertados. Dias de esperança, doces raios de luz e gargalhadas. Mãos que me agarraram e ajudaram a ultrapassar obstáculos. Palavras que escreveram histórias bonitas.
Hoje, arrumo caixas de memórias, desinfeto feridas, tomo vitaminas de esperança, encho os pulmões de ar e canto, penduro estrelas, abro os braços para voar.
Só falhas se desistires. E não desisto.
Todos temos muitas montanhas para subir e estrelas para agarrar. Os impossíveis prontos para serem possíveis. Os sonhos. Os desafios. E não deixo nada nem ninguém para trás, algumas pessoas é que me perdem um pouco a cada dia. A certeza que vou encontrar sempre uns braços que me vão levar num abraço. Um beijo e longas conversas sem palavras. A aventura da vida. Uma canção para embalar e dançar.
Hoje, arrumo caixas de memórias, escrevo as ultimas palavras deste diário, coloco laços coloridos, agradeço por ter acontecido.
Novo ano se aproxima e apenas sei que vou continuar o caminho, repito palavras que fizeram a diferença “A dança aprende-se com a prática. Trata-se de aprender a dançar experimentando, como aprendemos a viver fazendo a experiência da vida. O princípio é o mesmo. A ninguém importa se és forte, se atinges conseguimento na dança. Importa apenas isto: levanta-te e dança.”.
Levanto-me com um sorriso, preparo a dança e tudo o que não se pode deixar para trás: Amor.
1, 2, 3, Feliz Ano Novo.
Um abraço. E que a cada manhã se renove a vontade de lutar e ser Feliz.